Alguns dos filmes mais balados lançados este ano já estão ou vão estar até junho em DVD: Reis e ratos, de Mauro Lima; Heleno, de José Henrique Fonseca; Billi Pig, de José Belmonte; Dois coelhos, de Afonso Poyard. Pressionado pela pirataria, inclusive on-line, o intervalo entre as janelas cinema e DVD, que já foi de seis meses, hoje é de três ou quatro. Velocidade que, às vezes, procura aproveitar campanha feita por ocasião do lançamento no cinema, influenciada por bons ou maus resultados de bilheteria, e que já rendeu polêmica entre exibidores e distribuidores.
“Locadora tem papel fundamental na carreira de um filme. É a chance de ele ser visto por um maior número de pessoas, que não foram ao cinema e que com o DVD têm possibilidade de assistir aos filmes de acordo com a disponibilidade delas”, explica Rodrigo Fante, assessor da distribuidora Imagem Filmes. O mercado, nos últimos anos, “adaptou-se” a intervalo menor entre o lançamento no cinema e em DVD. “Três, quatro meses, é tempo suficiente para que a produção faça boa carreira no cinema e chegue às locadoras ainda quente", defende.
Também é comum (“mas não é uma regra”) acordo entre distribuidoras e locadoras, para que os filmes só cheguem ao varejo seis meses depois do lançamento. Antes disso, só nas locadoras. Além daquele que perdeu a exibição no cinema e procura lançamentos, há o consumidor de DVDs que “é colecionador de filmes, séries e shows”.
O DVD pode desaparecer devido à internet? “Não. Assim como o jornal não desapareceu com a chegada do rádio, que não desapareceu com a chegada da TV, que, por sua vez, não desapareceu por causa da internet. Todas as plataformas de divulgação têm seu espaço garantido e consumidores fiéis”, garante Rodrigo Fante.
A produtora Vânia Catani, da Bananeira Filmes, discorda. Ela tem ouvido queixas com relação ao mercado de DVDs, que estaria reduzido pela pirataria e locadoras virtuais. “Relevante, no futuro, será a internet”, aposta, considerando que o DVD vai desaparecer. “Mas ainda é uma janela importante, especialmente para filmes populares, blockbusters e colecionadores”, observa. Vânia conta que “a grande janela financeira” para um filme ainda é o cinema. Inclusive, o preço pago pela TV para exibir um filme é determinado pela carreira dele na grande tela. O filme O palhaço, de Selton Mello, da Bananeira, ganha DVD em junho, seis meses depois de ter chegado ao cinema (e uma “versão collection”, em setembro).
Diretores Reis e ratos, de Mauro Lima, o mais recente trabalho do diretor de Meu nome é Johnny e Tainá, até o fim de junho será lançado em DVD. “Acho ótimo. É a segunda chamada para quem prometeu ir ao cinema e não foi. E que, quando você encontra na rua, diz: vou ver seu filme em DVD”, brinca o diretor. A terceira chamada, que “apresenta o filme para muita gente”, é a exibição em TVs pagas. Rende comentários simpáticos como: “Vi ou revi seu filme ontem”, observa. “Quando um filme passa na TV aberta, até o porteiro do prédio em que você mora avisa que viu”, garante Mauro Lima. O diretor até andou comprando DVDs com raridades em viagem ao exterior, mas gosta de filmes dele no cinema. “Gosto de ver o público, de ir ao cinema”, observa. Nem a promessa de boas salas domésticas faz ele mudar de opinião.
Diretores Reis e ratos, de Mauro Lima, o mais recente trabalho do diretor de Meu nome é Johnny e Tainá, até o fim de junho será lançado em DVD. “Acho ótimo. É a segunda chamada para quem prometeu ir ao cinema e não foi. E que, quando você encontra na rua, diz: vou ver seu filme em DVD”, brinca o diretor. A terceira chamada, que “apresenta o filme para muita gente”, é a exibição em TVs pagas. Rende comentários simpáticos como: “Vi ou revi seu filme ontem”, observa. “Quando um filme passa na TV aberta, até o porteiro do prédio em que você mora avisa que viu”, garante Mauro Lima. O diretor até andou comprando DVDs com raridades em viagem ao exterior, mas gosta de filmes dele no cinema. “Gosto de ver o público, de ir ao cinema”, observa. Nem a promessa de boas salas domésticas faz ele mudar de opinião.
“Aos poucos, vamos nos acostumando com várias telas de cinema”, observa, conformado, o diretor José Eduardo Belmonte. O mais recente filme dele, Billi Pig, até junho estará disponível em DVD. É o quarto trabalho no formato. Ele não morre de amores (mas tem em casa DVDs deCarmem, de Godard, e O decálogo, de Kies′lowski), já que, para ele, exibição doméstica leva a uma leitura excessivamente fragmentada. “DVD é ampliação da circulação do filme. O interessante é a mobilidade, chegar a vários municípios, maleabilidade. Você vê e revê o filme, pode observar detalhes, tem acesso a imagens extras”, observa. Tentação, para ele, é a TV aberta: “Ter um filme visto por 10 milhões de pessoas ao mesmo tempo é uma loucura”, afirma. “O problema é a distância da televisão com relação à produção independente”, explica.
Saiba mais
JANELASNABERTAS
As janelas de exibição de um filme são festivais, cinemas, locadoras, televisão paga e a TV aberta. Estratégia que busca, de forma crescente, prestígio e repercussão junto ao público. Os DVDs de um filme saem, em geral, três a quatro meses depois de ele ter sido lançado no cinema. Um grande sucesso pode ganhar entre 20 mil a 40 mil unidades. Filmes menores, entre 1 mil e 3 mil peças.
Palavra de especialista
Marco Antônio Junqueira colecionador e dono da locadora Cinecittá.
“O DVD deu uma popularizada e ficou mais fácil o acesso a filmes para pessoas como eu, que preferem vê-los em casa. Fico mais à vontade. Cuidei inclusive de ter uma tela grande. Ele foi e é meio importante de difusão. Atualmente, a internet pegou muitas dessas características, mas considero o DVD mais prático. É simples de lidar. Detesto ficar fazendo download, que acho ainda complicado, e nem sempre o resultado é satisfatório. DVD, quem compra, é a pessoa que gosta muito de cinema. O que vende mais é show e raridades cinematográficas, normalmente
para colecionadores”.
NÚMEROS:
JANELASNABERTAS
As janelas de exibição de um filme são festivais, cinemas, locadoras, televisão paga e a TV aberta. Estratégia que busca, de forma crescente, prestígio e repercussão junto ao público. Os DVDs de um filme saem, em geral, três a quatro meses depois de ele ter sido lançado no cinema. Um grande sucesso pode ganhar entre 20 mil a 40 mil unidades. Filmes menores, entre 1 mil e 3 mil peças.
Palavra de especialista
Marco Antônio Junqueira colecionador e dono da locadora Cinecittá.
“O DVD deu uma popularizada e ficou mais fácil o acesso a filmes para pessoas como eu, que preferem vê-los em casa. Fico mais à vontade. Cuidei inclusive de ter uma tela grande. Ele foi e é meio importante de difusão. Atualmente, a internet pegou muitas dessas características, mas considero o DVD mais prático. É simples de lidar. Detesto ficar fazendo download, que acho ainda complicado, e nem sempre o resultado é satisfatório. DVD, quem compra, é a pessoa que gosta muito de cinema. O que vende mais é show e raridades cinematográficas, normalmente
para colecionadores”.
NÚMEROS:
89 FILMES
Obras brasileiras lançadas em vídeo doméstico em 2010
41 FILMES
Obras brasileiras lançadas em salas de cinema em 2010
5 MESES E 21 DIAS, EM 2004
Intervalo médio entre lançamento no cinema e vídeo
5 MESES E 21 DIAS, EM 2004
Intervalo médio entre lançamento no cinema e vídeo
4 MESES E 17 DIAS, EM 2010
Intervalo médio entre lançamento no cinema e vídeo
Fonte: Ancine
Intervalo médio entre lançamento no cinema e vídeo
Fonte: Ancine
Por Walter Sebastião, do Estado de Minas
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