(Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)
AE – O constrangimento acompanhou a presidente Dilma Rousseff à Índia. Na berlinda, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, que integra a comitiva da presidente, foi obrigado a se explicar. Ele disse “não estar preocupado” com o pedido de esclarecimento feito pela comissão de ética pública do Planalto, em relação aos negócios realizados pela sua empresa de consultoria em 2009 e 2020, antes de ele assumir a pasta. “Preocupação nenhuma”, declarou o ministro, ao ser questionado sobre o caso.
Em entrevista nesta terça, no lobby do hotel onde está hospedado em Nova Délhi, o ministro considerou “absolutamente natural” a iniciativa da comissão de pedir esclarecimentos sobre o caso. Pimentel é alvo de denúncias de que sua empresa, a P-21 Consultoria e Projetos, teria faturado mais de R$ 2 milhões com consultorias entre 2009 e 2010, o que levantou suspeitas de tráfico de influência junto à prefeitura de Belo Horizonte, comandada anteriormente por ele. “O que tem é uma representação. A comissão de ética entendeu que eu devo apresentar esclarecimentos sobre a representação. Não é uma investigação. Não é nada. Eu presto os esclarecimentos e a comissão decide o que vai fazer”, declarou Pimentel.
Segundo o ministro, a representação certamente só será apresentada a ele quando retornar da viagem, na semana que vem. Como não foi ainda notificado, o ministro acredita que, depois que for notificado, terá dez dias para apresentar sua defesa. “Devem ser dez dias a partir do momento que eu for comunicado. Mas, certamente será só na semana que vem e aí eu entrego lá o meu arrazoado, meus esclarecimentos. Mas vamos ver o que é que eles estão pedindo. Não sei o que é, mas acredito que não vão pedir nada de específico, que vão pedir coisas genéricas, Mas, não sei, vamos ver, deixa eles me oficiarem”, observou.