“O Brasil acha fundamental a ampliação da cooperação financeira entre os BRICS e esta cooperação voltada para a promoção do desenvolvimento sustentável. Apoiamos a criação de um grupo de trabalho para elaborar a proposta do banco de desenvolvimento do BRICS, que atue especialmente em projetos de infraestrutura, em projetos de inovação, de desenvolvimento de ciência e tecnologia com agenda de pesquisa voltada para temas de interesse de nossos países”.Dilma afirmou que os BRICS tornaram-se os mais importantes motores da economia mundial nos últimos anos, sendo responsáveis por mais da metade do crescimento previsto para 2012 e pela melhora na distribuição da riqueza global. Segundo ela, o crescimento dos países do BRICS compensa, em parte, a queda na demanda dos Estados Unidos e da Europa, e altera a geometria dos fluxos internacionais de comércio e investimento.
Sobre a crise econômica que atinge os países desenvolvidos, Dilma afirmou que medidas de política monetária não são suficientes para superação dos atuais problemas da economia mundial. A presidenta criticou a desvalorização artificial da moeda e a expansão da política monetária feita por alguns países. Para Dilma, estas medidas geram grave desequilíbrio cambial.
“A consequente depreciação do dólar e do euro traz enormes vantagens comerciais para os países desenvolvidos e coloca barreiras injustas à competitividade dos produtos oriundos dos demais países, em especial o Brasil. Contudo, nós, do Brasil, não queremos, não iremos, nem concordamos em um processo de levar a uma competição na qual cada país tenta sair da crise desvalorizando sua moeda e o ganho de seus trabalhadores. Precisamos, isto sim, de uma nova política de combate à crise, uma política baseada na expansão do investimento e do consumo, na expansão dos mercados internos das principais economias mundiais e no crescimento equilibrado do comércio internacional”.A presidenta também abordou a crise na Síria e as tensões envolvendo o programa nuclear iraniano. De acordo com Dilma, o diálogo e o reconhecimento das diversidades são componentes essenciais para a paz.
“No caso da Síria, repudiamos a violência e as violações aos direitos humanos e apoiamos a ação do enviado especial das Nações Unidas e da Liga dos Estados Árabes, Kofi Annan. No caso do Irã é necessário abandonar a escalada retórica e ações acerca do programa nuclear daquele país, abrindo espaço para uma solução negociada no marco do direito internacional e do respeito ao direito de uso pacífico da energia nuclear. O diálogo e o reconhecimento das diversidades são componentes essenciais para a paz”.
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