Agência Brasil (Brasília) – O discurso feito pelo senador Demóstenes
Torres (sem partido-GO), em plenário, no dia 6 de março, foi decisivo
na construção do parecer do relator Humberto Costa (PT-PE) que pedirá
logo mais na reunião do Conselho de Ética a abertura de processo
disciplinar para cassação do mandato do parlamentar por quebra de
decoro. No discurso do dia 6, Demóstenes negou qualquer relação com o
empresário goiano, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira,
investigado pela Polícia Federal e o Ministério Público por suspeita de
liderar um esquema de corrupção e exploração de jogos ilícitos.
Com a leitura do parecer, o conselho encerra a primeira etapa na
análise das denúncias que embasaram o requerimento do PSOL de cassação
do mandato do ex-líder do DEM no Senado. A partir de hoje (3), os
parlamentares terão até terça-feira (8) para se aprofundarem nos
argumentos sustentados por Humberto Costa e votar o relatório. Caso
aprovado, será aberta a segunda etapa dos trabalhos que é a análise de
mérito.
Já com os inquéritos das operações Vegas e Monte Carlo
disponibilizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Humberto Costa
avaliará até que ponto as gravações autorizadas pela Justiça e as
conversas de Demóstenes com Cachoeira comprometem o ex-líder do DEM. “O
[problema é que] o senador faltou com a verdade em vários momentos e
comprometeu seu mandato parlamentar ao se apresentarem evidências que
sua relação com Cachoeira não era apenas privada”, disse o relator à
Agência Brasil.
Humberto Costa destacou que seu parecer não se sustenta apenas “em matérias veiculadas na mídia”. Em vários momentos, desde que foi escolhido para a função, Humberto Costa ressaltou que as investigações do Conselho de Ética se baseiam em um julgamento político.
Humberto Costa destacou que seu parecer não se sustenta apenas “em matérias veiculadas na mídia”. Em vários momentos, desde que foi escolhido para a função, Humberto Costa ressaltou que as investigações do Conselho de Ética se baseiam em um julgamento político.
Logo no início da manhã, Demóstenes Torres esteve no Senado e foi
até o plenário registrar presença. Depois, despachou com assessores em
seu gabinete e por volta das 9h30 deixou a Casa. Na primeira reunião do
conselho, o senador goiano compareceu no colegiado quando deixou claro
que pretende se defender das acusações pessoalmente nessa segunda etapa
dos trabalhos. Na fase de investigação, ele apresentou sua defesa por
escrito. O advogado de Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida Castro,
acompanhará a reunião do Conselho, que estava prevista para começar às
10 horas. Ele disse que “está tranquilo” quanto à defesa do parlamentar.
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