quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Ex-fumantes contam suas fórmulas de sucesso para largar vício

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O designer Cláudio Batista, 30 anos, já havia ensaiado largar o vício. Sem sucesso, como acontece com a maioria dos fumantes. Antes de mais uma tentativa, foi buscar na internet experiências bem-sucedidas como inspiração. Foi quando resolveu gravar vídeos registrando a luta contra o cigarro - uma automotivação e ainda um incentivo para os que passavam pela mesma situação. "Serviu como uma forma de me manter mais firme na vontade. Porque eu tinha como recorrer aos vídeos e me ver dizendo os motivos pelos quais resolvi parar de fumar", conta Cláudio.

As gravações não caíram na web por timidez do designer - apenas um ou dois amigos as assistiram e foram influenciados pela iniciativa positiva do rapaz. Mas a carteira de cigarro renovada diariamente no bolso dele por dez anos foi, enfim, aposentada. No Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado nesta quarta-feira, o NE10 compartilha a saga de ex-fumantes como Cláudio e suas receitas para se verem livres da nicotina. 

NO GELO - Sônia Dantas fumou uma carteira de cigarro por dia dos 18 aos 28 anos. "Dei minha palavra de honra a mim mesma que não ia botar nem mais um cigarro na boca", rememora. O primeiro passo foi usar a "força da mente" para não cair em tentação. A funcionária pública abdicou por vários meses do cafezinho, associado instantaneamente ao prazer de fumar. E para suprir a ausência do cigarro sempre à boca, passou a chupar gelo. Em casa, na rua; até dentro do carro começou a deixar um isopor cheio para jamais ceder ao desejo. Há 37 anos, a fórmula não desanda.

CHÁ DE NICOTINA - Foi o filho de Marcos Soares quem levou a mandinga escutada na rua para dentro de casa. De um maço lacrado, pega três cigarros e tira o fumo. Derrama o conteúdo em três dedos de água. Deixa três dias curtindo e coa o líquido. Três horas após o almoço, tapa o nariz e bebe. "Fiquei com vontade de deixar de fumar porque meu filho é alérgico, meu cigarro o atrapalhava. Fiz essa loucura. Tive um desarranjo intestinal, a pressão baixou, a cabeça rodou, mas depois disso não tive mais vontade de fumar", garante o militar reformado. O tabaco o acompanhou da adolescência aos 45 anos. Hoje, aos 66, sente abuso e diz que o organismo não pede mais nicotina. "A força de vontade foi fundamental", aposta. 

FORÇA DIVINA - O consultor de empresas Pedro Jofilsan começou a fumar de brincadeira. Um vício burro, segundo o próprio, já que ele tinha mais de 30 anos de idade quando se rendeu aos prazeres da nicotina. Nas últimas duas décadas, visitas ao médico - algumas emergenciais - viraram rotina: problemas de circulação, respiratório, taxas alteradas. O alerta do perigo era constante. "Mas eu não queria parar. Gostava, achava prazeroso", assume. No auge do vício, chegava a fumar quatro carteiras de cigarro num dia. O estopim foi há cinco anos, quando passou mal enquanto lecionava uma aula na cidade de Arcoverde, a 308 km da capital pernambucana, e veio direto para a UTI no Recife. "Ao voltar pra casa, botei o joelho no chão e, como nunca tinha feito antes, pedi ajuda divina para parar de fumar", recorda. Abriu mão do café, do álcool em excesso e até da fritura. Regrou a vida, mas dedica à crença no transcendental o sucesso na maior empreitada de sua vida.

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