segunda-feira, 19 de setembro de 2011

futebol

Crise do Timão reacende histórico de demissões de técnicos contra Tricolor

Corinthians trocou de treinador 15 vezes após clássicos frente ao rival, próximo adversário. Ameaçado, Tite pode entrar na relação pela segunda vez

Por Carlos Augusto Ferrari São Paulo
tite, Corinthians x Santos (Foto: Marcos Ribolli/Globoesporte.com)Tite no clássico contra o Santos no Pacaembu
(Foto: Marcos Ribolli/Globoesporte.com)
Um fantasma que parecia exorcizado volta a rondar o Corinthians. Depois de perder de virada para o Santos e cair de primeiro para terceiro lugar no Campeonato Brasileiro, o time enfrenta o vice-líder São Paulo, quarta-feira, às 21h50m, no Morumbi. Em meio a bons resultados nos últimos duelos, como a goleada por 5 a 0 pelo primeiro turno, há também um vasto histórico de mudanças de treinador após partidas contra o rival.
Desde o primeiro confronto entre eles, 15 treinadores deixaram o cargo depois de resultados não satisfatórios diante do São Paulo. A lista é vasta e já atingiu o próprio técnico Tite, em 2004. Agora, ele volta a estar na mira por causa dos últimos resultados ruins na briga pelo título nacional, enfrentando a fúria de parte da torcida, que gostaria que ele tivesse perdido o emprego após a derrota para o Santos.
- Isso (demissão), quando é resolvido, não é do dia para a noite. É algo que vem caminhando. Não é por causa do clássico - explicou o gerente de futebol Edu Gaspar.

Coincidência ou não, muitos treinadores não resistiram à pressão em decorrência de placares ruins contra o São Paulo. O primeiro deles foi o argentino Joseph Tiger, em 1944, ao levar 4 a 0 do rival, ficando sem chances de título estadual. Outro “hermano” sem emprego foi Daniel Passarella, demitido em decorrência de uma goleada por 5 a 1, em 2005, durante a conturbada parceria com a MSI.
OS TÉCNICOS QUE CAÍRAM
Corinthians 0 x 4 São Paulo Joseph Tiger (1944)
Corinthians 1 x 5 São Paulo Alcides Aguiar (1946)
Corinthians 0 x 1 São Paulo Rato (1954)
Corinthians 1 x 3 São Paulo Oswaldo Brandão (1957)
Corinthians 2 x 3 São Paulo João Lima (1961)
Corinthians 0 x 1 São Paulo Dino Sani (1970)
Corinthians 1 x 2 São Paulo Dino Sani (1975)
Corinthians 0 x 2 São Paulo Julinho (1981)
Corinthians 0 x 0 São Paulo Cilinho (1991)
Corinthians 0 x 3 São Paulo Júnior (2003)
Corinthians 0 x 1 São Paulo Juninho Fonseca (2004)
Corinthians 0 x 1 São Paulo Tite (2005)
Corinthians 1 x 5 São Paulo Daniel Passarella (2005)
Corinthians 1 x 2 São Paulo Antônio Lopes (2006)
Corinthians 1 x 3 São Paulo Ademar Braga (2006)
Na maioria das vezes, não foi preciso perder por uma grande diferença de gols para a direção optar por alterações no comando do futebol. Em 1954, Rato perdeu o emprego com um revés de apenas 1 a 0. Já em 1957, Oswaldo Brandão disse adeus por causa de um 3 a 1, resultado parecido ao que aconteceu em 1961 com João Lima (3 a 2).
Houve ano em que mais de um treinador perdeu deixou o cargo. Em 2006, Antônio Lopes acabou fora do clube ao perder por 2 a 1. Pouco mais de dois meses em seguida, Ademar Braga, auxiliar que havia sido efetivado, também saiu com uma derrota por 3 a 1 - depois dele, mais ninguém caiu contra o São Paulo.
Tite corre o risco de sair do Corinthians pela segunda vez após duelos contra o Tricolor paulista. Isso só aconteceu com Dino Sani, em 1970 e 75. O atual comandante, porém, tem a seu lado o fato de ter pedido demissão. Na ocasião, o Alvinegro perdeu por 1 a 0, no Morumbi, em partida que o lateral-direito Coelho desperdiçou um pênalti nos minutos finais. Após o jogo, o iraniano Kia Joorabchian invadiu o vestiário para tirar satisfação com o treinador por considerar que o argentino Tevez, ídolo da torcida e maior contratação da época, deveria ter efetuado a cobrança. Irritado, o técnico se desligou do clube.
Desta vez, Tite perdeu a confiança da torcida, mas conta com o apoio do presidente Andrés Sanches, que prometeu mantê-lo até o fim de seu mandato, em dezembro. Nos bastidores, apesar da pressão de conselheiros, aliados garantem que o mandatário jamais demitiria o treinador contra o São Paulo para evitar provocações de seu rival Juvenal Juvêncio.
- O presidente já deixou claro (que Tite não cai). Obviamente, ficamos chateados, porém, ele está fazendo bem o trabalho. Faz parte esse tipo de cobrança - finalizou Edu.

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