Pesquisa feita pela A.T. Kearney mostra que o país está em 3º lugar no índice que mede a confiança dos empresários na hora de investir
Ana Clara Costa
Estados Unidos ficam em 4º lugar no ranking, atrás de China, Índia e Brasil (Stock Photos)
A economia brasileira é a terceira mais atrativa para os investidores estrangeiros, segundo um levantamento divulgado nesta terça-feira pela consultoria A.T. Kearney. A consultoria elabora anualmente o Índice de Confiança de Investimento Estrangeiro Direto, que mede a preferência dos investidores de grandes empresas em relação às economias mundiais.
O país subiu uma posição no ranking do indicador, e está atrás apenas de Índia e China. Em relação ao levantamento de 2010, o Brasil passou à frente dos Estados Unidos, que caiu do 2º para o 4º lugar. “O Brasil tem um ambiente muito favorável para o investimento direto hoje. A estabilidade, o mercado interno forte, as reservas internacionais e as boas perspectivas fazem com que a economia brasileira inspire confiança ao investidor”, afirma Dario Gaspar, sócio da A.T. Kearney. Ele aposta que o país irá desacelerar apenas momentaneamente, e continuará a crescer de maneira sólida. “Não dá para dizer que não há risco aqui. Se a economia chinesa se desaquecer muito rápido, será ruim para o mundo inteiro. Mas o Brasil tem um mercado interno forte e as empresas olham muito isso”, diz..
A pesquisa, feita há 13 anos com empresários de todo o mundo, mostra que o ânimo dos investidores ainda não é o mesmo do período pré-crise de 2008, mesmo que os emergentes sejam considerados destinos cada vez mais interessantes. Apenas 55% dos entrevistados disseram que seus orçamentos para investimentos haviam retornado aos níveis de 2006. A razão da parcimônia reside, em grande parte, na incapacidade de os governos dos países desenvolvidos elaborarem políticas econômicas que reaqueçam seus mercados sem comprometer o endividamento público de maneira perigosa. “Um grande diferencial do Brasil é esse. O país ainda tem espaço para política econômica”, afirma Gaspar. ”Só é possível mudar os rumos da economia por meio de intervenção. E a intervenção só chegará com a mudança da política econômica.”
Os Estados Unidos caíram duas posições devido à incapacidade de o governo americano chegar a um acordo com os congressistas para colocar em prática uma nova política econômica. Mais de 60% dos entrevistados afirmaram que seus investimentos seriam afetados negativamente pela dívida da maior economia do mundo. Contudo, isso não significa que os EUA tenham se tornado um porto inseguro. Segundo a ATKearney, se a turbulência fiscal for resolvida, o tamanho do mercado americano e seus recursos técnicos continuarão a fazer do país o principal destino de investimento entre economias desenvolvidas.
Os países preferidos para investir em 2011
1º | China | 14º | Vietnã |
2º | Índia | 15º | Emirados Árabes Unidos |
3º | Brasil | 16º | Tailândia |
4º | Estados Unidos | 17º | França |
5º | Alemanha | 18º | Taiwan |
6º | Austrália | 19º | Coreia do Sul |
7º | Cingapura | 20º | Canadá |
8º | Reino Unido | 21º | Japão |
9º | Indonésia | 22º | Suíça |
10º | Malásia | 23º | Polônia |
11º | África do Sul | 24º | Espanha |
12º | Rússia | 25º | Holanda |
13º | Turquia |
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