das Nações Unidas (ONU), critica o governo brasileiro pelo atraso no repasse de dados relacionados ao tráfico de drogas no país. Em entrevista concedida nessa terça-feira, o representante do Jife no Brasil, Bo Mathiasen, advertiu que as informações são fundamentais para traçar cenários, identificar tendências e elaborar políticas contra a venda e o consumo de drogas ilegais. “O desafio é manter o fornecimento periódico de dados sobre narcóticos.
Esse levantamento e fornecimento periódico de dados é importante para juntar com dados de outros países das Nações Unidas para elaborarmos publicações técnicas, que tenham uma visão mais clara sobre as tendências e as ameaças no nível global, regional e no país”, disse Mathiasen.
Segundo o relatório, no ano passado “vários governos deixaram de fornecer o relatório estatístico anual requisitado em tempo hábil, incluindo os governos de alguns países que são os principais fabricantes, exportadores, importadores e usuários de entorpecentes, como Austrália, Brasil, Canadá, Índia, Japão e Reino Unido”.
Vladimir de Andrade, diretor de Assuntos Internacionais e Projetos Estratégicos da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, não explicou por que houve atraso no repasse de informações do Brasil à ONU. Segundo ele, o problema já teria sido corrigido. “Houve um atraso, mas o Brasil não deixou de fornecer os dados”.
A Jife tem reclamado especialmente da falta de informações sobre o volume de drogas apreendido pelas polícias civis e militares. Os governadores não informam com regularidade ao Ministério da Justiça o resultado das operações contra o narcotráfico. As falhas deixam incompletos os relatórios repassados pelo governo federal à ONU.
COCAÍNA Um exemplo do problema aparece nos números sobre a circulação da cocaína no país. Relatório da Polícia Federal, uma das base do texto da Jife, informa que em 2011 foram apreendidas 27 toneladas de cocaína no Brasil. Com os dados informais das policiais estaduais, não incluídos na conta da PF, esse volume chegaria a 38 toneladas. “Essa diferença é muito importante. É quase todo o volume da cocaína apreendida na Argentina”, diz Mathiasen.
O relatório elogia, no entanto, as unidades de polícia pacificadora (UPPs) e outros esforços feitos no Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Recife para retomada de áreas controladas pelo crime organizado.
Do Estado de Minas
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