O número de compras feitas com cartão de crédito cresce a cada dia, e o número de inadimplentes por causa dessa ferramenta também. De acordo com uma pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL-Recife), no último mês de setembro, 39% dos endividados declararam que estão com pendências no mercado por causa dos cartões de crédito. No mesmo mês de 2011, esse era o problema de 26% dos devedores – um crescimento de 13 pontos percentuais (p.p.). Se acrescentarmos aos cálculos os inadimplentes por causa dos cartões de lojas (19%), o número chega a 56% do total das dívidas.
De acordo com o presidente da CDL-Recife, Eduardo Catão, a maioria das compras realizadas no comércio hoje em dia são feitas com cartão de crédito. Em lojas do centro da cidade do Recife, o índice figura em torno de 50%. Já em estabelecimentos de shoppings centers, que vendem produtos mais caros, esse tipo de compra chega a ultrapassar 90% do total das vendas.
“Isso acontece porque, hoje em dia, todo mundo tem cartão de crédito. No futuro, essas pessoas vão precisar comprar menos, o que prejudica o comércio”, analisou. “As classes mas baixas ascenderam, mas ainda não sabem controlar os gastos”, afirmou. Prova disso é que, segundo a pesquisa, do total de endividados, 84% têm renda familiar de até R$ 1.635.
Para o professor de Mercado de Capitais da Faculdade Boa Viagem, Roberto Ferreira, há cinco anos o vilão da inadimplência era o cheque pré-datado. No entanto, como o cartão de crédito oferece mais facilidades – como parcelamento e menos burocracia -, o cenário passou por uma transformação. “Ele é uma arma que pode salvar uma pessoa, mas que, se não for bem usado, pode se voltar contra ela. A recomendação é que a pessoa seja consciente e restrinja as próprias compras ou baixe o limite do seu crédito”, opinou. “Além disso, assim que chegar a fatura, é importante pagar o valor total. Pagar só a parcela mínima pode ocasionar uma bola de neve”, afirmou.
Para o professor de Mercado de Capitais da Faculdade Boa Viagem, Roberto Ferreira, há cinco anos o vilão da inadimplência era o cheque pré-datado. No entanto, como o cartão de crédito oferece mais facilidades – como parcelamento e menos burocracia -, o cenário passou por uma transformação. “Ele é uma arma que pode salvar uma pessoa, mas que, se não for bem usado, pode se voltar contra ela. A recomendação é que a pessoa seja consciente e restrinja as próprias compras ou baixe o limite do seu crédito”, opinou. “Além disso, assim que chegar a fatura, é importante pagar o valor total. Pagar só a parcela mínima pode ocasionar uma bola de neve”, afirmou.
O estudo mostrou, ainda, um aumento no número de endividados com idade até 20 anos. Em setembro de 2011, eles representavam 2% do total de devedores. Este ano, são 13%. Para os jovens entre 20 e 29 anos, o crescimento foi de 31% para 32%. “Isso é um sinal de que os jovens estão começando a trabalhar mais cedo e que estão consumindo. Mas, por outro lado, eles ainda não estão se controlando na hora de fazer as suas compras. Eles ainda precisam aprender a fazer a gestão dos seus salários”, completou Eduardo Catão.
Folha de Pernambuco
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