terça-feira, 27 de novembro de 2012

Péssimo para Pernambuco


A facilidade que as empresas têm para adquirir crédito pelo Banco do Brasil em Pernambuco, e em mais 14 estados do Nordeste, está com os dias contados. Isso porque a diretoria nacional da instituição teve a “brilhante” ideia de transferir o serviço de concessão de financiamentos do Recife para Minas Gerais, visando certamente dar uma forcinha para beneficiar ainda mais a região Sudeste e, é claro, prejudicar o tão destacado desenvolvimento econômico nordestino, que nunca desceu pela goela dos sulistas e sudestinos. Há pouco menos de dois meses, os cerca de 800 funcionários do Centro de Suporte Operacional (CSO) e do Centro de Suporte e Logística (CSL) foram comunicados, verbalmente, da transferência dos dois setores para Minas. De lá até então, o pânico está instaurado, já que a diretoria não explicou o motivo para migrar os serviços, em até dois anos, e muito menos qual será o destino desses servidores. Mas os mais penalizados serão os empresários, principalmente os micro e pequenos empreendedores, que agora passam a ter suas propostas analisadas pelos mineiros. Anualmente, o CSO realiza cerca de 20 mil operações em crédito, chegando a liberar até R$ 2,05 bilhões em capital de giro e investimentos. Caso a iniciativa vingue, será um verdadeiro retrocesso para o Nordeste.
PECULIARIDADES – Os servidores que desempenham suas funções, desde 2007, nos dois centros de suporte do Banco do Brasil, alertam para o tratamento que as empresas do Nordeste vão receber no Sudeste. “Aqui, as análises são feitas com base nas particularidades da Região. E lá, como vai ser? Claro que as empresas de lá terão prioridade porque o tratamento será massificado. Não tem como tratar os empreendimentos daqui distante da nossa realidade”, argumentou em reserva um dos funcionários.
Cobrando explicações!
Já que a questão está sendo tratada por debaixo dos panos, os servidores da agência, do CSO, na avenida Rio Branco, e do CSL, na Imbiribeira, param suas atividades amanhã, de 10h às 11h, para cobrar esclarecimentos sobre a nota técnica, que guarda a sete chaves a estruturação desse plano. Com a medida em vigor, os trabalhadores terão suas funções diminuídas e os salários reduzidos.
Interferência!
No último dia 21, o Sindicato dos Bancários protocolou ofício na Casa Civil para cobrar do governador Eduardo Campos uma postura enérgica na tentativa de impedir a reestruturação. Até então, o Governo não se pronunciou. Está em poder desta coluna, documento enviado pela categoria ao gestor.
Esvaziando…
Caso não haja impedimento para a tal reestruturação, o CSO será esvaziado e funcionará como um rélis escritório do banco, pois só restará à instituição fazer serviços residuais. Traduzindo: fechamento de balancetes, migração de contas de uma agência para outra e suporte técnico.
…o quadro
Com isso, dos quase 800 funcionários, só serão necessários 300 para suprir as necessidades. E os outros 500 terão que se virar ou serão obrigados a esvaziar seus armários e, simplesmente, avisar a suas famílias que todos  devem abandonar suas vidas aqui para recomeçar do zero em Minas Gerais.
Curtas
PREJUÍZO – Com a migração do CSL, empresas pernambucanas podem deixar de terceirizar serviços em manutenção predial, vigilância armada, telefonia, limpeza e outros. Com esses serviços, o banco destina, por meio de licitações, cerca de R$ 951 milhões.
ESTRESSE – A Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (CASSI) registrou, nos últimos dias, alta no índice de procura por consultas e tratamento médico. O motivo? O estresse causado pela caixinha de surpresa que o banco prepara com a reestruturação.
RETOMANDO – A partir de amanhã a titular desta coluna, Rochelli Dantas, retoma o seu posto. Às fontes e aos leitores, muito obrigada pela colaboração e audiência nos últimos 15 dias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário