sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Representantes de movimentos negros barrados na posse de Joaquim Barbosa


Da Folha Online
Representantes de movimentos negros e defensores do combate à corrupção acompanharam a posse do novo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, do lado de fora do tribunal.

Sem poder entrar no prédio por não terem sido convidados, eles criticaram o fato de terem sido barrados na posse do primeiro presidente negro da Corte.

"O pessoal do movimento negro não pode chegar perto do STF para ver o negro que nos representa tomar posse? Isso mostra como o Brasil trata o negro", protestou Key Carvalho, integrante da Educafro (Educação e Cidadania de Afrodescendentes Carentes).

A ONG colocou quatro faixas nas grades que cercaram o prédio do STF com saudações a Barbosa. Entre elas, as frases "Ministro Joaquim, não só negros, mas todos os brasileiros saudamos a chegada do nosso Zumbi contra a corrupção" e "STF, obrigado por ter apoiado as cotas [nas universidades federais] por 10x0".

O grupo também protestou contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) por não ter imposto o regime de cotas para os concursos públicos do Estado.

Vários integrantes de movimentos negros foram oficialmente convidados por Barbosa para a posse --inclusive artistas conhecidos por sua militância afrodescendente.

Sósia do presidente dos Estados Unidos, o garçom José Maria da Silva Couto se vestiu de "Obama brasileiro" para acompanhar, de longe, a posse de Barbosa. "Vim fazer uma homenagem ao meu conterrâneo, meu pai é de Paracatu (MG). O negro tem que valorizar o negro em nosso país", afirmou.

Um grupo de aposentados de Marataízes (ES), vestidos com camisetas com os dizeres "Corrupção, não", também se aglomerou do lado de fora do Supremo para homenagear o novo ministro.

"Ele foi um dos que mais lutou pela ficha limpa. O Barbosa foi uma bênção de Deus no julgamento do mensalão. Agora, está numa cadeira que o brasileiro vem sonhando há décadas: uma pessoa com a postura dele", afirmou o aposentado José Maurilio Coelho Rios, 75.

Agentes da polícia federal aprovados em concurso público, mas que não foram chamados pela corporação, também aproveitaram a posse para protestar na porta do Supremo por ainda não terem sido convocados pela PF.

Todos os protestos foram pacíficos, sem confrontos com os seguranças do STF mobilizados para a posse. Para entrar no prédio, era necessário apresentar convite ou ter o nome numa lista distribuída aos seguranças.

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