Se costuma falar que é na derrota que se tiram as melhores lições. A seleção olímpica tem muitas a tirar da derrota por 2×0 para o México, neste domingo, em Dallas/EUA. Ao contrário do que encontrou nos dois amistosos anteriores, o time de Mano Menezes encarou uma marcação forte, um adversário com mais qualidade técnica e com a manha latina.

Mexicanos comemoram vitória incontestável diante de um Brasil atônito (Thiago Bernardes/Frame/AE)























































E ficou claro que os brasileiros ainda não estão prontos para superar este grau de dificuldade. A pouca mobilidade do setor ofensivo, aceitando a marcação adversária e mostrando uma certa timidez dos homens criativos diante de um quadro negativo como este foi a principal deficiência do time de Mano.
Defensivamente, os erros não deixaram de acontecer. Um deles recorrente das partidas anteriores, com o lateral direito Danilo. O ponto mais fraco da equipe. O camisa 2 nem apoia nem marca com eficiência e demonstra sentir um peso enorme com a amarelinha. Diante do México, ele mais uma vez deu o espaço para os rivais.
Foi assim que saiu o primeiro gol, embora se leve em consideração o grau de sorte de Giovane dos Santos, que tentou cruzar a bola e ela terminou entrando. O segundo dos mexicanos também veio com um erro defensivo. Desta vez, com Juan fazendo um pênalti totalmente desnecessário.
O técnico Mano Menezes demorou em buscar alternativas para sair da marcação. Somente aos 15 do segundo tempo é que fez alterações na equipe. E para seu azar sem que o desempenho individual dos que entraram fizessem a diferença.
Como se trata de uma equipe que está sendo burilada para os Jogos Olímpicos e tenha encarado uma seleção principal de qualidade, o resultado em si é o que menos importa neste momento.
Mano Menezes teve a oportunidade de observar bem todas as deficiências do seu time a fim de trabalhar melhor em cima delas. Esta é a grande vantagem de não ficar apenas pegando os famosos ‘patos mortos’ para fazer os amistosos.
Enquanto jogo preparatório, o confronto com o México foi muito útil à seleção brasileira.

Goleiro Rafael não consegue defender o pênalti cobrado por Chicharito no segundo gol mexicano (EFE)
 
























































1º tempo
A tônica dos primeiros minutos de bola rolando foi o Brasil tentando sair para o jogo e esbarrando na forte e eficiente marcação mexicana, que guardava os contra-ataques como arma mortal. E foi assim aos 21 minutos. Giovane dos Santos recebeu sem marcação no lado direito da área do Brasil e tentou cruzar, mas a bola foi direto para o gol, batendo na trave antes de entrar.
O jogo não mudou nos minutos seguintes. Além da eficiência do México, os brasileiros sofriam com as suas próprias limitações. Faltava mais movimentação a fim de tentar confundir a marcação adversária.
Os mexicanos tiraram proveito dos erros da seleção, que não eram apenas ofensivos. Danilo era um eterno problema pela direita. Mas aos 31 minutos, a bobeira foi do outro lado. Giovane limpou Juan, que desnecessariamente derrubou o meia dentro da área. Herández cobrou o pênalti no canto e ampliou.
Somente nos últimos minutos do primeiro tempo é que o Brasil criou algumas boas chances de fazer o seu. Apenas duas para ser mais preciso. Aos 42 minutos, Oscar arriscou de fora da área, mas o goleiro mexicano espalmou para escanteio. Já aos 45 minutos, Juan pegou uma sobra de bola após cruzamento na área, mas defende com o pé.
2º tempo
Os brasileiros voltaram sem alterações para o segundo tempo. Não mudou sequer o sistema de cobertura da sua deficiente lateral direita. O México continuou explorando o setor. Aos seis minutos, o time entrou com facilidade mais uma vez na defesa brasileira, mas Chicharito não conseguiu empurrar para o gol.
Somente aos 15 minutos é que Mano Menezes tentou mudar o panorama da partida. E fez duas mudanças na equipe. Leandro Damião saiu para a entrada de Alexandre Pato e Lucas entrou na vaga de Sandro.
As mudanças, embora com o intuito de deixar o time brasileiro mais criativo e veloz, demoraram a surtir efeito. Os homens de frente pareciam perdidos em meio à marcação mexicana.
Apenas 13 minutos depois das alterações, o Brasil chegou com perigo. E mesmo assim, com um defensor. O zagueirão Juan soltou uma bomba e Corona espalmou. A resposta mexicana veio aos 30. Chicharito disparou num contra-ataque e bateu da entrada da área. Rafael salvou.
Um minutos depois a grande chance do Brasil. Alexandre Pato furou um cruzamento dentro da pequena área. Era um sinal claro de que nada mais poderia dar certo para o lado brasileiro.