quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Perícia do IC pode trazer reviravolta no caso do lixo hospitalar

O resultado preliminar da perícia que o Instituto de Criminalística (IC) de Pernambuco está fazendo em amostras coletadas num dos galpões da NA Intimidade Ltda, razão social da Império do Forro de Bolso, deve provocar uma reviravolta no caso que apura a importação de lixo hospitalar para fabricação de forros de bolso. O secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, confirmou que há sangue em peças apreendidas, o que põe em xeque o discurso da defesa de Altair Teixeira de Moura, dono da empresa. Em entrevista na semana passada, o advogado dele, Gilberto Lima, disse que o lixo hospitalar apreendido no Porto de Suape não pertence ao seu cliente que, segundo ele, não compra tecidos usados em hospitais.

De acordo com Damázio, as marcas de sangue foram identificadas em amostras coletadas no galpão do Império do Forro de Bolso em Caruaru, no Agreste do Estado. "As perícias preliminares detectaram presença de sangue em algumas peças", disse, por telefone, ao Blog de Jamildo/NE10. O IC está analisando os tecidos de Caruaru, pois é nessa cidade onde existe um inquérito policial instaurado.

As apreensões feitas nos depósitos da empresa em Santa Cruz do Capibaribe e Toritama são de responsabilidade da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa). Já o material coletado nos contêineres em Suape está sob análise da Polícia Federal (PF).

Damázio reafirmou que entregará os laudos à PF até o final desta semana. O Blog apurou que isso acontecerá na quinta-feira (27). A Polícia Federal pode solicitar ao IC que aprofunde a análise para confirmar que o sangue detectado é humano. No entanto, se esse aprofundamento for necessário, pode ser feito no Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília.

Gilberto Lima, advogado do dono da Império do Forro de Bolso, disse desconhecer esse resultado preliminar e só vai se pronunciar quando o laudo for concluído. Na quarta-feira passada (19), o advogado afirmou que o lixo hospitalar identificado nos contêineres em Suape não eram a compra de seu cliente. "Foi constatado pelo importador que aquele lixo hospitalar não foi comprado por ele. Aquilo não é dele. Na verdade, ele fez uma encomenda à empresa exportadora de tecidos novos. Aquilo que se encontra dentro dos contêineres, ou foi engano ou alguma outra coisa", afirmou.

Na entrevista, Lima garantiu que seu cliente compra tecidos com defeito de fabricação, mas novos. "Grandes corporações, quando encomendam (as peças), já pedem que venham com a impressão da sua logomarca. Depois, no controle de fábrica, se a impressão da logomarca mancha, se no processo fabril, rasga, ou se no processo de tecelagem sai algum defeito no tecido, esse produto não vai ser entregue. Esse produto de segunda linha vai ser vendido para insumo de outra coisa como, por exemplo, forro de bolsos, que é a indústria da Na Intimidade".

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