Palavras, muitas delas, têm sido usadas como faca por políticos pernambucanos nos últimos dias.
Alguns as utilizam para demonstrar desprezo. Outros capricham nas orações para diminuir o outro.
Os tais “homens públicos” se esmeram no vocabulário quando tem a intenção de ferir.
A língua vira navalha. O ódio ganha sílabas. O deboche é convertido em ironia fina.
O deputado Sérgio Guerra (PSDB) ao falar na Rádio Folha sobre o rompimento com o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) saiu com essas: “Não tem volta, nem ida” e “não há motivo para procurar” (o antigo aliado).
Sobre a aproximação entre Jarbas e o governador Eduardo Campos, de quem se orgulha de jamais ter se distanciado, Guerra disse:
“O que eu sei é que o PSDB jamais hostilizou Eduardo Campos. A nós não cabe dar explicações. Se cabe a alguém, certamente, não será ao PSDB”, afirmou, atribuindo ao peemedebista uma postura de inimigo em relação ao governador.
“O que eu falei no passado, eu falo hoje. Nós nunca participamos do Governo de Eduardo e nunca pedimos favor a Eduardo”, arrematou.
Jarbas respondeu no mesmo “espírito”, com um estilete na voz. À rádio afirmou que a frase de Guerra “foi enxuta e boa”. “Foi a melhor notícia que eu poderia receber nesta manhã de 27 de abril de 2012. Que ele se mantenha assim! Estou felicíssimo com esta declaração dele”, sublinhou.
Nesta sexta-feira, o secretário estadual de Governo, Maurício Rands, também foi cortante ao classificar o prefeito do Recife João da Costa de “menino chorando com dedo na boca”, para reiterar que o gestor “se vitimiza” no processo de disputa interna do PT.
Ambos disputam a preferência dos militantes na corrida pelas prévias do partido. A eleição primária ocorrerá em 20 de maio e dela sairá o candidato do PT à Prefeitura do Recife.
Resumo da ópera: parafreseando o título do novo filme de Beto Brant (com Camila Pitanga) esse senhores são experts em propagar as piores notícias por meio de lábios nem tão lindos assim.
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