Para vencer o Salgueiro no Cornélio de Barros é preciso fazer tudo certo e torcer para que tudo dê certo. Não é à toa que o Carcará é o melhor mandante e único invicto do Pernambucano 2012. Não foi o caso do Santa Cruz na tarde deste domingo.
Tamandaré comemora gol de empate do Carcará. Era o início da reação (Marcos Pastich)


Os tricolores, como é de praxe na era Zé Teodoro, apostaram num esquema mais defensivo, de uma cautela que muitas vezes inibe qualquer ação de ousadia e ofensividade. A estratégia até que ia dando certo quando aos 25 minutos do segundo tempo, numa saída rápida para o ataque, saiu o gol de Branquinho.
Mas nos vinte minutos restantes, o Santa Cruz abusou dos erros. E erros que o Carcará não perdoa. O time recuou demais, chamando o Salgueiro para dentro de seu campo. O goleiro Tiago Cardoso voltou a falhar numa bola por cima e Geilson levou um cartão vermelho quando a partida estava empatada.
Como dito acima, para vencer o Carcará na casa deles é preciso fazer o certo e torcer para que o restante também dê certo. Além dos próprios erros, o Santa foi penalizado pela falta de sorte. De uma só tacada, perdeu Natan e Dênis Marques antes da partida. Depois, com a bola rolando, Memo saiu contundido.
Sobrou para o time de Zé Teodoro a necessidade de uma vitória na partida de volta, no Arruda (ainda sem data definida). Não é algo do outro mundo. O Salgueiro, embora saiba marcar muito bem e tenha muita aplicação tática, não tem a mesma força longe do Cornélio. No segundo turno, foi batido pelo próprio Santa sem maiores problemas. Foi 2×0, mas podia ser um placar mais amplo.
Além da qualidade do adversário, o torcedor coral precisa se preocupar e muito com os problemas de contusão (ainda não se sabe se poderá contar com Dênis Marques, Natan, Memo e Carlinhos Bala), a teimosia de Zé Teodoro com jogadores como Leandro Souza, que vem cometendo erros infantis, e as recentes falhas de Tiago Cardoso nas bolas aéreas.
Salgueiro explorou bastante os cruzamentos na área. Foi recompensado no final (Marcos Pastich)
LUCIANO VAZ/FOLHA PE
Jogo truncado, estádio lotado, expulsão e dois gols em sete minutos. Esses foram os ingredientes que apimentaram a vitória do Salgueiro sobre o Santa Cruz, por 2×1, no Cornélio de Barros. Tudo corria bem para o Santa Cruz, até o lateral-direito Marcos Tamandaré empatar a partida, aos 35 do segundo tempo. Logo em seguida, o atacante Geilson foi expulso e o Carcará fez o gol da virada. Agora, para o segundo jogo da semifinal, o Santa Cruz precisa de uma vitória simples para se classificar a final. Já os sertanejos jogam pelo empate.
Nos primeiros 20 minutos da partida, o Salgueiro era quem mandava no jogo, pressionava o Santa Cruz e mantinha a posse de bola. No entanto, mesmo com a superioridade, os sertanejos não conseguiam criar chances claras de gol. E foi assim até o intervalo do jogo, quando Carcará só levou perigo em jogadas de bola parada. Já o Santinha, jogava no erro do adversário, se defendendo para sair nos contra-ataques mas pecava no último toque ou na finalização.
Aos oito minutos, a primeira chance de gol da partida. O zagueiro Leandro Souza recebeu a bola na defesa, “dormiu no ponto” e o atacante Fabrício Ceará roubou a bola e mandou uma bomba no ângulo esquerdo de Tiago Cardoso. Pouco tempo depois, foi a vez de Élvis chegar perto de marcar, em excelente cobrança de escanteio por pouco não fez um gol olímpico.
Aos 23 minutos, Élvis voltou a assustar em cobrança de falta, a bola bateu no chão e foi com perigo a meia altura, mas Tiago Cardoso conseguiu espalmar para escanteio. Após alguns minutos, Luciano Henrique protagonizou a melhor chance do seu time até o momento. Em jogada individual, ele limpou o zagueiro e mandou uma bomba com a perna esquerda, com estilo, e por um capricho a bola não foi parar nas redes.
Aos 30 minutos o árbitro Nielson Nogueira concedeu um “tempo técnico” aos jogadores, devido ao forte sol que castiga a região. Foram cerca de dois minutos para os atletas respirarem um pouco e beberem água. No segundo tempo, o Salgueiro voltou a assustar a meta tricolor. As chances saíram dos pés do meia Élvis. Aos 10 minutos, ele deixou Fabrício Ceará frente a frente com o gol, mas inacreditavelmente, o artilheiro do Carcará acabou mandando a bola para fora. CInco minutos depois, o Santa respondeu com um chute de Renatinho no travessão.
O jogo ia ficando morno, até que aos 25 minutos, o Santa Cruz abriu o placar. Em um chute de Renatinho, o goleiro Luciano falhou e espalmou a bola nos pés do atacante Branquinho, que não perdoou. Depois do gol, tudo parecia que ia dar certo para o Tricolor e o time passou a jogar mais tranquilo. Tranquilidade que só durou até o lateral-direito do Carcará, Marcos Tamandaré empatar o jogo, aos 35. Em jogada pela lateral, ele mandou a bola para a área com a intenção de cruzar, mas teve sorte e a bola foi parar nas redes. Logo em seguida, o atacante Geilson se desentendeu com o zagueiro Alemão e acabou sendo expulso pelo árbitro.
Edmar sai para o abraço após aproveitar vacilo da defesa coral. Era a virada (Marcos Pastich)
Salgueiro
Luciano; Marcos Tamandaré, Alemão, Luiz Eduardo e Peri; Piu, Josa, Vitor Caicó (Ferrim) e Clébson (Edmar); Elvis e Fabrício Ceará. Técnico: Neco
Santa Cruz
Tiago Cardoso; Diogo, William Alves, Leandro Souza e Renatinho; Memo (Vágner), Anderson Pedra, Chicão e Luciano Henrique; Flávio Caça-Rato (Branquinho) e Geilson. Técnico: Zé Teodoro
Local: Estádio Cornélio de Barros (Salgueiro)
Árbitro: Nielson Nogueira
Assistentes: Elan Vieira e Charles Rosa
Cartões amarelos: Leandro Souza, William Alves e Branquinho (SC)
Cartão vermelho: Geilson (SC)
Gols: Branquinho (25 do 2º), Marcos Tamandaré (35 do 2º) e Edmar (42 do 2º)
Renda: R$ 122.790,00
Público:  8.740
SANTA CRUZ
Melhor do time: Memo, marcando e distribuindo jogo com qualidade.
Pior do time: Caça Rato. Uma peça nula no Santa.

















SALGUEIRO
Melhor do time: Tamandaré e Elvis foram donos das maiores notas do time do sertão.
Pior do time: Luciano. Falhou feio no gol do Santa.